No Mapa Sound System Brasil de hoje, quem chega é o pessoal mais que firmeza do Ganja Groove, direto de São Carlos, interior de SP. Quem falou comigo foi o Fred, que conta mais sobre a trajetória do coletivo. Respect! >>>>>>>>>

(por Dani Pimenta)

Prestes a completar de estrada, o Ganja Groove nasceu em 2005. “O cenário da cultura sound system no interior era até então inexplorado, enquanto na capital paulista as coisas andavam a passos mais largos e significativos. Foi aí que o Ganja Groove resolveu dar início a essa cultura aqui na cidade, espalhando-a aos poucos nos arredores”, conta Fred.

Para tornar realidade o sonho de compartilhar cultura e música e montar o próprio sistema de som, o Ganja Groove foi direcionando os recursos resultantes de apresentações em locais como o SESC e centros culturais mantidos pela Prefeitura local, com a intenção de gerar recursos para turbinar cada vez mais o projeto.

“As primeiras caixas de som do sistema foram adquiridas em 2010, inaugurando a era dos tradicionais sound systems no interior paulista”. Pioneiro na cena da região, o Ganja Groove abriu os caminhos para que a música jamaicana reverberasse em alto e bom som para além da capital.

Hoje fazem parte da formação do coletivo Fred Gomes, Rods Dirtsamples e Bigga Johnny, que comandam a seleção 100% vinil e compartilham suas mensagens pelo microfone. “A ideia é sempre trocar conhecimento e incentivar o público. Tocamos praticamente todos os estilos e épocas da música jamaicana.”

Além de parceria com grandes nomes nacionais – como a turnê que fizeram com BNegão, entre outros diversos MCs e DJs respeitados do país -, o coletivo já recebeu astros da música jamaicana como Lone Ranger, Ranking Joe e Deadly Dragon.

“Além de festas em locais fechados, tanto em São Carlos quanto em outros lugares do Estado, a crew sempre tocou projetos diversos, como o festival Cultura Reggae que acontecia em São Carlos, em que os integrantes chegavam com o sistema de som até comunidades da periferia, proporcionando tardes de entretenimento e cultura gratuitos para os habitantes dessas regiões.

Nós consideramos o sistema de som uma grande forma de resistência cultural. Nele, há a possibilidade de repassar mensagens conscientes, enaltecendo tudo o que é bom e deixando de lado ideias antiéticas, além de despertar a reflexão sobre problemas como a violência. Também reforçamos que sound system é, antes de mais nada, diversão da melhor qualidade!”

Para o coletivo, nós podemos refletir e também podemos dançar e brindar a alegria ao mesmo tempo. “Uma das nossas metas mais claras é incentivar o crescimento e desenvolvimento da cena local, oferecendo suporte, dividindo conhecimento e chamando os coletivos da região para nosso sistema, onde ensinamos a operar e selecionar. Além da técnica, achamos que o grande valor disso tudo é o coração: tocar com o coração, ensinar e aprender com o coração, e ver os corações do nosso público e dos nossos companheiros de cena felizes e satisfeitos.”