Dub Foundation (Fortaleza – CE)

Dub Foundation (Fortaleza – CE)

Direto do Ceará para o Groovin Mood, chega pra essa edição do Mapa Sound System Brasil o Dub Foundation Sound System. Conversei com o Victor Alves, que conta pra gente um pouco dessa história. Respect!!!

(por Dani Pimenta)

“O Dub Foundation foi criado no ano de 2006, por iniciativa do Caio Dub
Foundation, que morou em Londres e vivenciou inúmeras apresentações de sounds ingleses, inclusive tendo feito amizade com diversos soundmans de lá. A ele somaram-se o Bandit Dubwise, que já era DJ na barraca Praçaí, e o Bruno Fever, que era DJ na barraca Sorriso do Sol, além do Lucas d’Zion.”

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“Nesta época as festas rolavam no Soma, na antiga ruazinha do Fafi, uma rua que era muito semelhante com a Vila Madalena em SP. Eram festas pequenas, porém com público fiel, e no fim desse mesmo ano foram construídas as primeiras scoops do coletivo, e o Caio trouxe o primeiro preamp também logo após. Em 2009 entrou no coletivo o Raphael Dubroots, que criou nossa primeira dubsiren e até hoje vem fabricando novas caixas de efeitos que usamos em nossas apresentações. Na época também, o Lucas d’Zion deixou o coletivo para seguir outros projetos. Nesse período também iniciou-se a parceria com o Márcio Dub Movement, que começou a produzir algumas bases e somar em algumas apresentações.”

“Seguiram-se anos de festas em bares de pequeno porte como o Bar do Manel na
Parquelândia, e um longo período de sucesso no Bar Três Arcos, período em que a lotação
parava o trânsito das ruas adjacentes. No fim de 2010 somou-se ao coletivo o Victor Message, que veio de São Paulo para morar em Fortaleza e tocava no Projeto na Ponta da Agulha. Nesse momento o coletivo utilizava já apenas discos de vinil em suas apresentações, e isso foi uma mudança que até hoje tem impacto nas festas de Fortaleza.”

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“Nesse período a maioria dos bares que tocávamos desistiu das festas por conta do som alto e problemas com a vizinhança, culminando com o Bar Três Arcos onde nosso equipamento, inclusive o preamp, foi apreendido pela polícia e ficou retido por mais de dois anos. A partir de então fomos tocar no Mocó Studio, que era um bar fechado voltado aos projetos independentes, um excelente período onde pudemos receber gente de outros sounds como o Fepa do Muamba Sounds, o Jahpa do Reggaematic, o Rafa Ruffah do Deskareggae, Yellow P. do Dubversão com o Monkeyjhayam, e certamente o ponto alto, que foi a apresentação do Aba Shanti I no fim de 2012, que nos emocionou muito e nos deu muita força para seguir.”

“É preciso ressaltar que Fortaleza é uma das cidades em que o reggae massificado com muita influência da cultura reggae maranhense era muito presente, e por conta disso causava certa estranheza um sound system tocar no estilo original como sempre fizemos, com um toca discos no alto apenas, efeitos, sirenes, ou mesmo dubplates, então enfrentamos muita dificuldade em fazer o público entender isso, talvez muito mais do que houve em São Paulo quando os primeiros sounds desbravaram um território ainda “virgem”.”

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“A partir de 2012 é que conseguimos uma maior expansão em termos de público, e também a aceitação do formato. Fizemos a pintura das primeiras scoops e construção de mais duas, além também sas caixas de médio grave, e conseguimos profissionalizar mais a questão da fidelidade e qualidade sonora.

Foi a partir desse ano também que rolaram os primeiros bailes de rua, fato que foi uma grande conquista, pois em Fortaleza existe uma lei contra paredões de som, que poderia ser usada contra nós, e havia grande temor das autoridades, por conta do preconceito que se relaciona ao reggae. Desde então já conseguimos fazer diversas ocupações gratuitas até mesmo em lugares históricos da cidade com grande sucesso. Recebemos no ano passado Ras Ital B., Laylah, Digitaldubs, e amplificamos a lenda Errol Dunkley.”

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“Outro projeto importante nosso são as dubplates e produções, que vem sendo gravadas desde o início do sound com inúmeros artistas internacionais, e que agora estamos cortando em acetato e também lançando em vinil pelo selo Dub Descendants, em parceria com o Dub Movement, selo voltado para produções mais no estilo steppers, e o selo Dub Foundation, aonde serão lançadas algumas produções ainda esse ano, sendo estas voltadas para o estilo dos anos 70 e 80, algumas releituras de clássicos como Apology e Black Cinderella que contou com os músicos originais da década de 70 ainda vivos. Hoje podemos dizer que temos uma grande família que faz parte do selo, que vai da Inglaterra, Jamaica ao Brasil.”

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