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Referência da negritude em São Luís (MA), ritmo jamaicano já está há quase 50 anos no nordeste sem saber como veio

Varela apresenta São Luís do Maranhão, cidade fundada por franceses, colonizada por portugueses, ocupada por holandeses e invadida pelo reggae jamaicano.
Reggae no Maranhão na década de 1990.

Coordenação Audiovisual: Victor Rasga e Lua Alencar
Produção: Gandhi Guimarães
Produção executiva: Ivy Ariane
Finalização: Jefferson Willian
Realizadores: Richanderson Ventura, Madson Filho, Barbara Silveira, Douglas Silva, Luis Guilherme, Djeyne Rudolf, Felipe Correia, Augusto Neto, Morfeu Gilson, Dennis Silva, Artur Luz.

Quando Caetano Veloso gravou "Nine out of ten" em 1971 (disco Transa, 1972) citando o reggae que ouvia na rua Portobelo Road, em Londres, ainda não existia Bob Marley no cenário mundial. Caetano não gravou a música tentando imitar o gênero jamaicano. Mas fez uma citação sonora na introdução, com violão e bateria, que remete ao ritmo tropical. Coisa do Macalé que assinou a direção do disco (mas não creditado no encarte). Foi, muito provavelmente, a primeira vez que a palavra reggae foi dita dentro da música brasileira.

Artigo para a revista Contribuciones a las Ciencias Sociales por Tássio Ricelly Pinto de Farias e Jean Henrique Costa

Texto por Marina Suassuna para a Revista Continente, em 2014

Na terra do frevo, do forró, do maracatu e do manguebeat, resiste cena musical que reúne cerca de 50 bandas e artistas em torno do ritmo jamaicano.

Texto de Tarcísio Selektah, seletor, colecionador, pesquisador - da Jamaica ao Maranhão, sobre os melôs.

Para chegarmos até os dias atuais é necessário uma viagem ao passado, mais precisamente na década de 50, Kingston, Jamaica. Há quem diga que surgiu a ideia de promover lojas, então colocavam algumas caixas (ou até mesmo gramofones) na rua e uma vitrola rodando o R&B americano para chamar a atenção dos clientes. Outros afirmam que devido a crise no país era mais fácil e barato as caixas nas ruas do que desembolsar algumas notas para pagar a entrada do baile ou bancar as bandas da época, e sim, acredite há outra versão, há quem diga que eram reuniões de amigos que colocavam os discos para girar enquanto tomam algumas cervejas.

No início dos anos 70, esses mesmos jovens estavam sendo influenciados pela efervescência do Black Power Movement nos EUA – assim como aconteceu com os frequentadores dos Bailes Black aqui no Brasil. Mas eram as canções do roots reggae, politicamente engajadas a favor da libertação negra, que davam o clima de tudo. The Wailers, Big Youth, Junior Murvin, Dennis Brown…

Filmes sobre sound-systems são parte integrante de um conjunto maior de películas que tematizam o gênero musical conhecido como reggae, que tomou a forma como o conhecemos na ilha da Jamaica e hoje se encontra mundializado. Os donos de sound-systems começaram a produzir música local na ilha caribenha para alimentar as suas equipes de som com faixas musicais inéditas, mostrando a importância desses coletivos para o desenvolvimento da música. Desde os anos 1970 vários longas, médias e curtas-metragens trataram dessa cultura, que hoje se encontra disseminada pelos cinco continentes. Neste artigo, serão abordados dois exemplos que podem ser considerados emblemáticos na forma como os sound-systems são abordados: Babylon (Franco Rosso, 1981) e Sound Business (Molly Dineen (1981), dois filmes realizados no Reino Unido. Eles devem ser analisados segundo suas dimensões materiais, corporais e socioculturais, além das estratégias de filmagem,
captação e montagem sonora.

A documentação audiovisual do reggae e da cultura sound system no Brasil ainda caminha no step by step, mas de uns anos pra cá a coisa ferveu bastante e trouxe ao público um material muito interessante, com narrativas diversificadas e pontos de vista únicos.

Artigo divulgado originalmente na Revista da UBC - União Brasileira de Compositores - novembro/2015.

Na Bahia existe uma expressão segundo a qual tudo acaba em reggae. Basta dar uma volta de ouvidos abertos pela capital mundial do axé para a ficha cair: o ritmo jamaicano é fortíssimo e está no DNA musical local.

Tarcísio Selectah faz uma pequena revisão sobre a cultura reggae, o rastafári e a babilônia, sem a pretensão de completude ou tratado sobre o tema.

Entrevista com radiolas e sound systems brasileiros, que contam como atravessaram o período de confinamento da pandemia realizando lives/apresentações em plataformas de streaming.

O Brasil pode reivendicar umas das mais ricas e diversificadas cenas e culturas do SST do mundo. É sobre isso que os nossos projetos planejm pesquisar, em profundidade e em detalhe. Por isso, temos o prazer de publicar, como primeira amostra do que está vindo, esta entrevista com a Dani Pimenta, co-fundadora do coletivo Feminine Hi-Fi e também do site Mapa Sound System Brasil.