Mais um pontinho marcado no mapa, dessa vez com o Leão Conquistador Sistema de Som, direto de Recife, Pernambuco. Falei com Jah Leo (Leonardo Silva) sobre o novo sistema, e ele contou sobre a trajetória e a elaboração do projeto. Big up!
(por Dani Pimenta)
“Meu envolvimento com os sistemas de som começou com o Vietcong Promotion em 2014, onde permaneci até março de 2016. A partir dai decidi fundar o Leão Conquistador, isso em julho do mesmo ano. Comecei os trabalhos de planejamento do Leão Conquistador e passei a promover duas festas aqui no Recife, O Dub e o Magro e o Experimento Dub.
O sound vem de uma concepção minha, mas sound system nunca se faz sozinho. A nossa equipe conta com três integrantes: eu, Jah Leo, na seleção, Erica Natuza que faz intervenções no microfone, e Thiago, que cuida da parte de instalação e manutenção do som.
Desde que demos inicio ao Vietcong Promotion passei a ir para São Paulo todos os anos. Essas viagens me deram a oportunidade de observar melhor e também ter uma concepção do que eu queria com esta ferramenta de promoção do reggae que é o sistema de som. Por isso, decidi fundar o Leão Conquistador e assim tem sido desde julho de 2016. Além dos bailes que comecei a promover para não perder o pique na cidade, o trabalho foi árduo para a construção do sistema de som.
Contei com ajuda do meu irmão Diego Jahman, soundman do InI Sounds e fundador da Casa Madiba, uma importante casa de marcenaria para sistemas de som em São Paulo.
Hoje mantemos nas pistas as festas O Dub e o Magro e o Experimento Dub. O primeiro baile acontece geralmente nas sextas-feiras, virando a noite em um bar no centro do Recife. Essa é uma festa onde procuro selecionar sons com mais influências digitais. Já o Experimento Dub é um baile que começa à tarde e finaliza de noite, também no centro do Recife, ondo foco bastante no roots reggae e sons influenciados pelos anos de ouro do reggae.
O objetivo do Leão Conquistador é colocar o Recife de vez no mapa sound system do Brasil, literalmente, fortalecendo o eixo nordestino com futuras promoções independentes. Aqui na cidade, a maioria das produtoras não procura investir no reggae para que surjam novas iniciativas, infelizmente. Então, com o sistema de som, queremos transmitir a todos que é possível produzir nossas próprias iniciativas e não ter que ficar esperando a vontade do capital.
Nossas promoções também irão além dos bailes e queremos também promover oficinas para a troca de conhecimento. Para o futuro, queremos muito fortalecer o eixo nordestino podendo fazer mais intercâmbios entre nós. Tenho uma admiração muito grande pelo trabalho do Dub Foundation (CE) e o Missigena Sound (RN).”
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