Vem da Zona Norte da capital paulista o segundo sound da nossa série Mapa Sound System Brasil. Direto da Vila Maria, um dos mais conhecidos redutos dos bambas do samba de São Paulo, chega o Trezeroots Sistema de Som com mais de quinze anos de atividades, e todo esse tempo dedicado à música jamaicana inserida na cultura brasuca.
Falamos com Paulinho Trezeroots, fundador e one soundman no sistema de som homônimo.
Desde o começo, há mais de uma década e meia, Paulinho tocou o sistema praticamente sozinho. “Os primeiros passos foram passados da mente para o papel, e do papel para a produção/realidade, com a compra de caixas, toca-discos, potência e, claro, os discos”, conta o seletor.
Além da música como uma forma de diversão, o Trezeroots Sistema de Som também exerce importante função social na sua região – e também fora dela -, levando apresentações gratuitas para diversos locais mais carentes da cidade. Além disso, desde a sua estreia, o sound já animou festas em praticamente todos os cantos da capital, tanto em casas fechadas quanto – e principalmente – em celebrações de rua ou em espaços culturais, essas duas últimas sempre gratuitas e acessíveis para todos os públicos e idades.
Paulinho conta como é tocar o projeto sozinho, mas contando com a parceria dos amigos. “A evolução do sistema veio por meio dos problemas que passei a cada evento, vendo a necessidade de mais equipamentos e a força de vontade de ter uma sound profissional. Digamos que sou um “coletivo sozinho”, fazendo combinações com outros parceiros e amigos que também são do sound system ou do pon di mic, sempre contando com convidados diferentes de diversos coletivos, bairros e cidades.”
A formação atual conta apenas com Paulinho, mas já passou pelo sistema o seletor Careca Jhones, que por decisão própria decidiu seguir solo em suas discotecagens. O Trezeroots como é conhecido hoje “aconteceu” apenas em 2010, quando o sistema atual começou a ser montado com as caixas mais recentes.
O Trezeroots Sistema de Som já participou de apresentações de artistas como Tribo de Jah, Mato Seco, Junior Dread, Gladiators, Planta e Raiz, entre outros, e já passou por espaços como Casarão da Cultura Zona Norte, Projeto Cicas, Quebrada Cultural (Prefeitura – SP), e tantos mais em todos esses anos.
” Os principais projetos são para comunidades carentes de cultura de qualidade, como favelas, praças mais afastadas e locais públicos diversos, locais em que fazemos um som com apoio das Prefeituras e Governo do Estado, bem como junto às casas de eventos e bares.”
“Esperamos alcançar o maior número de pessoas interessadas em ouvir músicas de qualidade, mensagem de paz, amor e união de irmão com irmão”, finaliza Paulinho.